A minha última crónica, de há já quase 2 meses, descrevia uma situação confusa e potencialmente perigosa que se anunciava para a Costa do Marfim. E é o que tem acontecido, com os actores a revelarem uma capacidade de "imaginação" bastante apreciável.
Por enquanto, e após a segunda volta das eleições de dia 28 de Novembro, este país continua com dois presidentes, dois primeiro-ministros, dois governos, dois exércitos. Na luta pelo acesso à presidência, instala-se o caos, a confusão e a dúvida.
E não se olha a meios para atingir fins. Exemplo: o assalto ao BCEAO, que é o banco central dos estados de África Ocidental... e que por azar, tem a sede em Abidjan.
Desde há dois dias eu notava uma actividade crescente em torno do banco, que fica praticamente ao lado de minha casa. Até comentei com alguém que estavam a preparar alguma coisa, o que aconteceu ontem: forças policiais, pro-Gbagbo, simplesmente levaram todo o dinheiro que existia nos cofres.
Custa a acreditar, mas é verdade. Precisam de dinheiro, e estão a ser financeiramente asfixiados porque o controlo das contas do estado foi entregue a Alassane Ouattara e ao seu governo. Último golpe deste último: fechou as exportações de cacau, grande fonte de rendimento, durante um mês. O que, a não haver uma solução para isto tudo, só vai obrigar o lado do Gbagbo a imaginar outro saída. Pobre país.
Ps: como efeito colateral, e sendo a Costa do Marfim o maior produtor mundial de cacau, sobe o preço da matéria prima nos mercados internacionais.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
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