Recentemente, foram feitas algumas melhorias na sinalização de trânsito vertical em Abidjan.
Foram colocados alguns semáforos, e também alguns novos sinais daqueles em metal (alumínio, penso eu).
No entanto, por muito contentes que possam ter ficado alguns condutores, é melhor não se habituarem. É que há também muitas outras pessoas muito felizes, a quem o metal dos sinais é matéria-prima que dá jeito.
Daí se ouvir dizer que "novos sinais, novas marmitas".
segunda-feira, 31 de maio de 2010
domingo, 30 de maio de 2010
BAD - 0000
Durante a semana passada, deu-se em Abidjan a reunião anual do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). O sucesso do encontro e da sua organização eram fundamentais, visto que há desde algum tempo o governo da Costa do Marfim anda a cortejar o BAD para voltarem para a sua sede em Abidjan. Devido aos problemas na Costa do Marfim, a sede foi transferida há uns anos para Tunis.
Mais de 2.000 pessoas marcaram presença na reunião, e por isso imensos carros foram implicados no transporte das pessoas. E para identificar esses carros, uma folha plastificada com a indicação "BAD - 0000", por exemplo, foi colada em cada viatura.
Só não percebi porque foi colada por cima das matrículas... o importante é que a polícia estava avisada. Mas agora, terminada a reunião, talvez seja boa ideia voltarem ao original.
Mais de 2.000 pessoas marcaram presença na reunião, e por isso imensos carros foram implicados no transporte das pessoas. E para identificar esses carros, uma folha plastificada com a indicação "BAD - 0000", por exemplo, foi colada em cada viatura.
Só não percebi porque foi colada por cima das matrículas... o importante é que a polícia estava avisada. Mas agora, terminada a reunião, talvez seja boa ideia voltarem ao original.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Final do mês
Esta noite fui com uns amigos jantar à pizzaria "Di Sorento" e, ao contrário do habitual, estava praticamente vazia.
Colocada a questão, a resposta sai rápida: final do mês, as carteiras estão vazias. E agora que penso no assunto, ontem também fui jantar fora, num outro restaurante, e o panorama era idêntico.
O fenómeno não é desconhecido, mas ainda assim fiquei algo surpreendido, porque se virmos os clientes habituais de qualquer um destes restaurantes noutra altura do mês, não parecem sujeitos a este problema. Mas afinal, estão.
Colocada a questão, a resposta sai rápida: final do mês, as carteiras estão vazias. E agora que penso no assunto, ontem também fui jantar fora, num outro restaurante, e o panorama era idêntico.
O fenómeno não é desconhecido, mas ainda assim fiquei algo surpreendido, porque se virmos os clientes habituais de qualquer um destes restaurantes noutra altura do mês, não parecem sujeitos a este problema. Mas afinal, estão.
098958CI25?
Aqui encontram-se várias marcas de automóveis chinesas. Existem carros, camiões, todo-o-terreno... Motorizadas também.
No entanto, sendo que o mandarim não é uma língua muito falada por estas bandas, os marketeers dessas marcas tentaram ocidentalizar um pouco os nomes dos modelos. Para ser mais fácil de os tornar conhecidos, presumo.
Resultado: 098958CI25! Ou coisa parecida, porque sem um bloco de notas não é fácil decorar. E isto é o que vem colado nos carros, naquelas letras prateadas. Estou sem palavras...
No entanto, sendo que o mandarim não é uma língua muito falada por estas bandas, os marketeers dessas marcas tentaram ocidentalizar um pouco os nomes dos modelos. Para ser mais fácil de os tornar conhecidos, presumo.
Resultado: 098958CI25! Ou coisa parecida, porque sem um bloco de notas não é fácil decorar. E isto é o que vem colado nos carros, naquelas letras prateadas. Estou sem palavras...
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Resultados a comprovar
Comprar um carro não é o mesmo que comprar uma camisa. Escolhe-se marca, modelo, cor, jantes, e mais uma série de outros pormenores. É praticamente um ritual, e as marcas e concessionários esforçam-se por que assim seja.
Mas é possível não ser assim. É possível que o vendedor não saiba quais são as jantes, ou as cores, ou o interior... E que, como cereja no cimo do bolo, envie um email a dizer: "Olhe, afinal os carros que estão para chegar são todos a gasolina. Não se importa?". Decerto é uma nova técnica comercial... de resultados a comprovar.
Mas é possível não ser assim. É possível que o vendedor não saiba quais são as jantes, ou as cores, ou o interior... E que, como cereja no cimo do bolo, envie um email a dizer: "Olhe, afinal os carros que estão para chegar são todos a gasolina. Não se importa?". Decerto é uma nova técnica comercial... de resultados a comprovar.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Rua? Qual rua?
A rua do porto de Abidjan, e que atravessa uma das grandes zonas industriais da cidade, não é bem uma rua. É um conjunto de buracos, de poças, de detritos... Enfim, chamar-lhe rua é um verdadeiro exagero.
Isto cria engarrafamentos inacreditáveis, o caos na circulação com os veículos todos a tentarem passar pelos buracos mais pequenos possíveis (mas qualquer um deles digno dum todo-o-terreno).
Entretanto, tapam-se uns buraquitos no centro da cidade, perto dos melhores hotéis, na zona das embaixadas... Mas numa zona vital para a economia do país, onde fica o porto que é fulcral para suprir as enormes necessidades das importações, ninguém faz nada.
Decerto têm razão: com a época de chuvas que agora começa, as crateras gigantescas enchem-se de água e qualquer dia os barco podem entregar a mercadoria directamente nos armazéns. Coitado de quem lá tem de ir todos os dias...
Isto cria engarrafamentos inacreditáveis, o caos na circulação com os veículos todos a tentarem passar pelos buracos mais pequenos possíveis (mas qualquer um deles digno dum todo-o-terreno).
Entretanto, tapam-se uns buraquitos no centro da cidade, perto dos melhores hotéis, na zona das embaixadas... Mas numa zona vital para a economia do país, onde fica o porto que é fulcral para suprir as enormes necessidades das importações, ninguém faz nada.
Decerto têm razão: com a época de chuvas que agora começa, as crateras gigantescas enchem-se de água e qualquer dia os barco podem entregar a mercadoria directamente nos armazéns. Coitado de quem lá tem de ir todos os dias...
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Debaixo do colchão
Abrir uma conta no banco em Abidjan, e funcionar com ela, é uma prova de esforço.
Primeiro há que entregar todos os documentos que nos pedem, que são enviados para aprovação superior. Logo aí passam 2 a 3 semanas. Depois há que preencher uma série de formulários e papéis, e fazer um pequeno depósito inicial.
Quando tudo parece encaminhado, pede-se o cartão. De crédito? Existiu durante 6 meses, mas os problemas foram tantos (roubos, fraudes, desvios, ...) que acabaram com a experiência. De débito? Existe... mas como não são produzidos aqui (abri conta num banco francês), demora 1 mês e meio a estar pronto!!!
Próximo passo: acalmar, respirar, pedir cheques. Sem problema, mas vão demorar 2 ou 3 semanas a estar prontos.
Finalmente, eis-me com uma conta aberta, cartão pedido, cheques requisitados... mas alguma liquidez debaixo do colchão!
Primeiro há que entregar todos os documentos que nos pedem, que são enviados para aprovação superior. Logo aí passam 2 a 3 semanas. Depois há que preencher uma série de formulários e papéis, e fazer um pequeno depósito inicial.
Quando tudo parece encaminhado, pede-se o cartão. De crédito? Existiu durante 6 meses, mas os problemas foram tantos (roubos, fraudes, desvios, ...) que acabaram com a experiência. De débito? Existe... mas como não são produzidos aqui (abri conta num banco francês), demora 1 mês e meio a estar pronto!!!
Próximo passo: acalmar, respirar, pedir cheques. Sem problema, mas vão demorar 2 ou 3 semanas a estar prontos.
Finalmente, eis-me com uma conta aberta, cartão pedido, cheques requisitados... mas alguma liquidez debaixo do colchão!
domingo, 23 de maio de 2010
Tempo de retoma
O tempo passa rápido. Parece que foi ontem que me mudei para Abidjan, e já foi há quase dois anos. Parece que foi ontem que estive no Porto pela última vez, e já foi quase há três semanas. E entretanto, já estamos em finais de Maio.
O blog também sofreu com esta perspectiva enviesada do tempo, em que já há algum tempo não escrevia. Um dia, cansado de passar horas atrás do computador, e fica para amanhã. No outro, parecido com o anterior, e fica para amanhã também. De quando em vez, um golpe de preguiça ou falta de inspiração, idem. E assim se passam as semanas.
No entanto, os episódios continuam. Fala-se das eleições, como sempre; do campeonato do mundo que se aproxima; a época de chuvas começa e torna difícil planear os jogos de ténis; continuo a precisar de pelo menos uma hora de cada vez que vou ao banco (independentemente do assunto); alguns buracos na estrada foram tapados (nas partes por onde vão passar os representantes da cimeira do Banco de Desenvolvimento Africano agora no final do mês); outros muitos apareceram.
Assim, e como habitualmente, não faltam motivos para escrever. É tempo de retomar. Até amanhã.
O blog também sofreu com esta perspectiva enviesada do tempo, em que já há algum tempo não escrevia. Um dia, cansado de passar horas atrás do computador, e fica para amanhã. No outro, parecido com o anterior, e fica para amanhã também. De quando em vez, um golpe de preguiça ou falta de inspiração, idem. E assim se passam as semanas.
No entanto, os episódios continuam. Fala-se das eleições, como sempre; do campeonato do mundo que se aproxima; a época de chuvas começa e torna difícil planear os jogos de ténis; continuo a precisar de pelo menos uma hora de cada vez que vou ao banco (independentemente do assunto); alguns buracos na estrada foram tapados (nas partes por onde vão passar os representantes da cimeira do Banco de Desenvolvimento Africano agora no final do mês); outros muitos apareceram.
Assim, e como habitualmente, não faltam motivos para escrever. É tempo de retomar. Até amanhã.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
"You could have decided otherwise"
O Homem é um animal muito interessante, e há situações em que essa condição (ser Homem) parece suficiente para justificar o injustificável.
Digo isto por algumas coisas a que assisto aqui, valendo o que vale a minha observação, decerto com algum vício de formatação.
A verdade é que por vezes vejo coisas e ouço comentários absolutamente primitivos, mesmo vindos de pessoas que tiveram a oportunidade de visitar, viver, estudar e aprender em países considerados desenvolvidos. Presumo que nesses países o seu comportamento fosse conforme as regras e hábitos locais, mas voltanto a uma realidade mais permissiva, parece haver uma regressão. Abusa-se porque se pode. Abusa-se de coisas mas, mais grave, abusa-se de pessoas.
No entanto, não é obrigatório abusar. Não é obrigatório regredir. Não! Num dos seus discursos, Nelson Mandela disse "Thank you that you chose to care, because you could have decided otherwise". Eu estou de acordo, e lamento cada um destes episódios a que assisto. Lamento-os sobretudo porque, nas condições certas, um destes actos ou comentários pode conduzir a acontecimentos mais graves.
Felizmente, na maioria dos casos não passam de comentários infelizes, com um grande desequilíbrio nas quantidades de reflexão e gravidade implicadas. Mas bastam para me incomodar.
Digo isto por algumas coisas a que assisto aqui, valendo o que vale a minha observação, decerto com algum vício de formatação.
A verdade é que por vezes vejo coisas e ouço comentários absolutamente primitivos, mesmo vindos de pessoas que tiveram a oportunidade de visitar, viver, estudar e aprender em países considerados desenvolvidos. Presumo que nesses países o seu comportamento fosse conforme as regras e hábitos locais, mas voltanto a uma realidade mais permissiva, parece haver uma regressão. Abusa-se porque se pode. Abusa-se de coisas mas, mais grave, abusa-se de pessoas.
No entanto, não é obrigatório abusar. Não é obrigatório regredir. Não! Num dos seus discursos, Nelson Mandela disse "Thank you that you chose to care, because you could have decided otherwise". Eu estou de acordo, e lamento cada um destes episódios a que assisto. Lamento-os sobretudo porque, nas condições certas, um destes actos ou comentários pode conduzir a acontecimentos mais graves.
Felizmente, na maioria dos casos não passam de comentários infelizes, com um grande desequilíbrio nas quantidades de reflexão e gravidade implicadas. Mas bastam para me incomodar.
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