segunda-feira, 5 de abril de 2010

Transitário

Num dia da semana passada, encontrei o meu novo vizinho no banco.
Após os cumprimentos e as perguntas obrigatórias ("Então como se está a dar?", "A instalação está a correr bem?",...), ele desabafou que estava muito incomodado porque não conseguia tirar uma encomenda do transitário.
Ele é professor, e enviou de França uma encomenda com os seus livros todos. Mas para os retirar aqui, o transitário está a exigir-lhe um pagamento que não estava previsto. E é normal que não estivesse, porque é inventado. No caso do meu vizinho, é basicamente o valor declarado dos livros, pelo que equivale a "recomprá-los".
Infelizmente, esta é uma prática corrente: os transitários aproveitam o poder temporário que lhes é dado pela detenção dos bens das pessoas, que precisam deles. E depois, arranjam todos os argumentos para retardar a entrega do material, até que vencem pela fadiga. Mesmo que não recebam o que pedem de início, frequentemente acabam por receber alguma coisa.
Por mais frequente que seja o meu contacto com esta forma de "gerir" os negócios, acho que nunca me vou habituar. O que se torna verdadeiramente cansativo.

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