No Museu Nacional do Niger pude ver a Árvore do Ténéré. Porventura já terão ouvido falar dela, e com razão: era um exemplar único num raio de 400km, em pleno deserto do Sahara.
Numa análise desapaixonada, era apenas um exemplar de uma árvore que encontrou as condições mínimas para se desenvolver, estendendo as suas raízes até cerca de 35 metros de profundidade, onde encontrava a água necessária. Mas não é possível ficar impávido e reprimir a emoção perante tal improbabilidade, e também por isso a árvore ali se manteve protegida por esta aura de sobrenaturalidade, de todos quantos por lá passavam.
De todos menos dum motorista de camião ébrio, que em 1973 a derrubou, conseguindo a proeza de acertar na árvore onde o que não falta é espaço... e não havia de certeza nenhum engarrafamento nem certamente nenhum gato atravessou a rua de repente. Curiosamente, essa não foi a única ocasião em que a árvore foi atingida por viaturas.
Assim morreu aquele símbolo de tenacidade, de resistência à adversidade, agora perpetuado na forma de dois troncos secos no museu em Niamey. Nem no meio do deserto se pode ter sossego!
domingo, 5 de abril de 2009
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