quarta-feira, 30 de julho de 2008

Simplesmente

O dinheiro é, sem dúvida, uma forte motivação. Podendo não ser um princípio, é claramente um meio e um fim, num ciclo que se espera autosustentável. O problema é o princípio...
Enquanto nós, provenientes de economias ditas desenvolvidas, achamos que no princípio está o trabalho, o mérito, aqui muitas pessoas parecem ter descoberto um princípio bem mais simples: o dinheiro que os outros têm. E assim, em muitos casos não fazendo absolutamente nada, julgam-se credores dos outros e agem como tal, pressionam psicologicamente... São cobradores do fraque mentais.
Conheci no hotel umas pessoas que, estando cá de passagem, começaram a dar dinheiro em abundância (para os padrões). Enquanto o fizeram, tinham passadeiras vermelhas estendidas sempre que apareciam. Até que, no dia em que acharam que se tornara um exagero, pararam. E assim as passadeiras vermelhas se transformaram num corredor da morte, com direito a pelotão de fuzilamento visual e sensação de caloteiro.
Mas não são apenas os estrangeiros que sofrem com isto. Muitos dos locais que trabalham e ganham decentemente, têm a seu cargo toda a família (TODA a família), que espera deles o suporte necessário. Já conheci mais do que um caso desses. Ainda não percebi a origem deste fenómeno, porque não acho que seja simplesmente uma deliberada vontade de não trabalhar. Talvez seja levar ao extremo as ideias de que no início não havia nada e que o simples é normalmente o melhor.

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