Chinguetti é o nome da primeira cidade da actual Mauritânia e era também o nome do país, até que os franceses o alteraram aquando da colonialização. A cidade ainda existe, com algum movimento e sobretudo como destino turístico. Pelo que me dizem, encontra-se em pleno deserto, e para lá chegar ou se vai em viaturas todo o terreno sólidas ou de camelo.
Para nós, habituados à tecnologia e à substituição de transporte animal pelo motorizado, é bizarro ouvir alguém falar (seriamente) em partir de camelo. Mas a verdade é que um camelo não avaria, nem precisa de peças de substituição. Também não aquece até fumegar do radiador, nem fica atascado na areia. E indo uma caravana de vários camelos (a chamada cáfila), o mais provável é chegar ao destino. Era algo que gostava de experimentar um dia.
Outro ponto importante que sobressai do primeiro parágrafo é a influência dos europeus em África. Sendo verdade que trouxeram muitas coisas positivas, muitas outras não o foram. A mudança do nome dum país pode ser detalhe, mas é importante. Além do mais, o desenho das fronteiras não foi o mais feliz, e criou quer divisões, quer uniões, que não se reflectem na realidade. E isso é fonte de confusão e instabilidade. Ainda ontem um mauritaniano me dizia, em relação a umas regiões do Senegal, que não existem diferenças entre eles, a não ser as burocráticas. E têm família dum lado e do outro, e viajam de um lado para o outro... coisa que não podem fazer livremente, surgindo então alguns problemas. Por outro lado, em vários países foram aglutinadas tribos e culturas que acabariam por entrar em sangrentas guerras.
Enfim, após estas breves considerações, ficam pelo menos a saber que muitas das empresas, hotéis e restaurantes aqui se chamam Chinguetti, por ser o nome original da Mauritânia. E que para lá chegar (à cidade, não aos restaurantes), o melhor é apanhar um camelo.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário