Várias têm sido as ameaças à minha carreira de tenista: após "acordar" uma antiga mazela dum ombro, hoje tive direito a um professor um bocado dorido.
Aparentemente, ele estava no estádio Houphouët Boigny no domingo passado. Felizmente, não na zona onde se deu o drama, mas o estádio estava de tal forma lotado que, segundo ele, foi um luta constante por um pouco de espaço. E ainda hoje está dorido, de tal combate!
Perante isto, não admira que uma desgraça tenha acontecido, e que algumas outras tenham ficado por acontecer. Eu gosto muito de futebol, mas acho que aqui serei sempre espectador de sofá.
terça-feira, 31 de março de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
Auto-regulação
Aproxima-se nova ida a Portugal, e por isso nova maratona de visitas, de jantares, de cafés, de telefonemas. Interpretem isto como a constatação dum facto, e não como uma queixa.
Na verdade, esta correria não me incomoda porque serve para estar com pessoas e fazer coisas de que gosto. A parte que incomoda é não conseguir ver todos, nem fazer tudo, mas faz-se o possível.
A tentação é sempre a de recuperar o tempo "perdido", o que não é possível e ainda bem: se recuperasse todas as francesinhas que já me apeteceu comer, não seria muito saudável. E se passasse com algumas pessoas todo o tempo que já me apeteceu estar com elas, iriam provavelmente saturar-se. Portanto, vou assumir que é um sistema auto-regulado, e comer apenas as francesinhas que conseguir.
Na verdade, esta correria não me incomoda porque serve para estar com pessoas e fazer coisas de que gosto. A parte que incomoda é não conseguir ver todos, nem fazer tudo, mas faz-se o possível.
A tentação é sempre a de recuperar o tempo "perdido", o que não é possível e ainda bem: se recuperasse todas as francesinhas que já me apeteceu comer, não seria muito saudável. E se passasse com algumas pessoas todo o tempo que já me apeteceu estar com elas, iriam provavelmente saturar-se. Portanto, vou assumir que é um sistema auto-regulado, e comer apenas as francesinhas que conseguir.
domingo, 29 de março de 2009
Notícias
Actualmente, as notícias circulam a uma velocidade impressionante. Quem tiver acesso à internet ou a canais de televisão internacionais pode saber quase tudo, praticamente em real time.
Uma grande parte dessas notícias são de coisas negativas, e que de tão frequentes nos foram insensibilizando: quantos de nós vai para além dum "coitados" (expresso ou sentido) perante mais uma notícia de mais uma explosão em mais uma cidade... com mais algumas vítimas?
Este indiferença é quebrada, no entanto, quando as coisas se passam perto de nós. Mais ainda quando estivemos quase lá. Em concreto, refiro-me ao que se passou hoje no estádio Felix Houphouët Boigny, em Abidjan.
Num encontro para o apuramento para o Mundial 2010, entre a Costa do Marfim e o Malawi, muitos milhares de pessoas queriam ver jogar Drogba, Touré e os restantes colegas. Então, para além dos cerca de 45.000 lugares do estádio, muitas mais se dirigiram para lá. Pessoas a mais, condições a menos, um muro que caiu, pânico instalado, intervenção policial. Resultado: cerca de 20 mortos confirmados, mais umas dezenas largas de feridos.
O estádio fica a poucas centenas de metros de minha casa. Da minha janela consigo vê-lo, e na altura em que isto aconteceu até devia estar a observar a confusão típica das redondezas dos estádios em dia de jogo. Mas longe de imaginar o que estava a acontecer... Ainda para mais, estive tentado a ir ver o jogo ao vivo, mas acabei por não o fazer ao saber que desde ontem os bilhetes estavam esgotados.
Esta é mais uma das notícias que não vão ficar na memória da maioria dos leitores. Mas vai ficar na minha, porque aconteceu ali ao fundo...
Uma grande parte dessas notícias são de coisas negativas, e que de tão frequentes nos foram insensibilizando: quantos de nós vai para além dum "coitados" (expresso ou sentido) perante mais uma notícia de mais uma explosão em mais uma cidade... com mais algumas vítimas?
Este indiferença é quebrada, no entanto, quando as coisas se passam perto de nós. Mais ainda quando estivemos quase lá. Em concreto, refiro-me ao que se passou hoje no estádio Felix Houphouët Boigny, em Abidjan.
Num encontro para o apuramento para o Mundial 2010, entre a Costa do Marfim e o Malawi, muitos milhares de pessoas queriam ver jogar Drogba, Touré e os restantes colegas. Então, para além dos cerca de 45.000 lugares do estádio, muitas mais se dirigiram para lá. Pessoas a mais, condições a menos, um muro que caiu, pânico instalado, intervenção policial. Resultado: cerca de 20 mortos confirmados, mais umas dezenas largas de feridos.
O estádio fica a poucas centenas de metros de minha casa. Da minha janela consigo vê-lo, e na altura em que isto aconteceu até devia estar a observar a confusão típica das redondezas dos estádios em dia de jogo. Mas longe de imaginar o que estava a acontecer... Ainda para mais, estive tentado a ir ver o jogo ao vivo, mas acabei por não o fazer ao saber que desde ontem os bilhetes estavam esgotados.
Esta é mais uma das notícias que não vão ficar na memória da maioria dos leitores. Mas vai ficar na minha, porque aconteceu ali ao fundo...
sábado, 28 de março de 2009
"Carreira"
Foi preciso começar a praticar ténis para me lembrar que tenho o ombro direito um pouco fragilizado. Mas é da maneira que o vou reforçar.
Na realidade, desde há uns 8 anos que tenho uns fios de titânio entre a clavícula e o húmero, cortesia duma luxação que me levou à mesa de operações. Mas a técnica usada e a recuperação foram excelentes, sendo que raras vezes o ombro deu sinais de tal intervenção. Nem para me avisar das mudanças de tempo servia.
Agora mudou. Sujeito a mais esforço do que estava habituado, acabo por sentir algum desconforto, mas estou convencido que até vai ser bom. O exercício vai acabar por fortalecer a parte muscular, e este desconforto vai passar. Pelo menos é nisso que acredito e não adianta que me digam para descansar: não vou dar já por perdida a minha recém nascida "carreira" de tenista.
Na realidade, desde há uns 8 anos que tenho uns fios de titânio entre a clavícula e o húmero, cortesia duma luxação que me levou à mesa de operações. Mas a técnica usada e a recuperação foram excelentes, sendo que raras vezes o ombro deu sinais de tal intervenção. Nem para me avisar das mudanças de tempo servia.
Agora mudou. Sujeito a mais esforço do que estava habituado, acabo por sentir algum desconforto, mas estou convencido que até vai ser bom. O exercício vai acabar por fortalecer a parte muscular, e este desconforto vai passar. Pelo menos é nisso que acredito e não adianta que me digam para descansar: não vou dar já por perdida a minha recém nascida "carreira" de tenista.
Churrasco
Adoro churrascos! Gosto da comida, mas sobretudo do ritual e do convívio. Por isso, já estou a preparar um com amigos e família, na próxima estadia em Portugal.
Espero que o tempo esteja bom. Parece que tem sido o caso, mas como em "Abril, águas mil", nunca se sabe.
Há que começar a temperar as fêveras e por as cervejas no frigorífico!
Espero que o tempo esteja bom. Parece que tem sido o caso, mas como em "Abril, águas mil", nunca se sabe.
Há que começar a temperar as fêveras e por as cervejas no frigorífico!
quinta-feira, 26 de março de 2009
"Picuinhas"
De cada vez que chego a Abidjan, o banco diante do meu apartamento acrescentou uma placa de identificação.
Quando cá cheguei no início, o símbolo no topo do edifício era realmente velho e desactualizado. Entretanto o grafismo mudou, e trataram de colocar umas novas placas de identificação, luminosas. Mas isto por fases: primeiro umas mais pequenas, desta vez a gigante. Actualmente, coexistem na razão de 3 para 1.
O problema é que não está visualmente equilibrado: a do topo do edifício é incomparavelmente maior do que as outras, mas incomparavelmente menos brilhante, menos luminosa... E está exactamente por cima das pequenas, o que torna o contraste ainda maior.
Conclusão: o responsável pela imagem do banco não deve morar no meu prédio, ou se mora tem cortinas. Em alternativa, sou eu que sou "picuinhas".
Quando cá cheguei no início, o símbolo no topo do edifício era realmente velho e desactualizado. Entretanto o grafismo mudou, e trataram de colocar umas novas placas de identificação, luminosas. Mas isto por fases: primeiro umas mais pequenas, desta vez a gigante. Actualmente, coexistem na razão de 3 para 1.
O problema é que não está visualmente equilibrado: a do topo do edifício é incomparavelmente maior do que as outras, mas incomparavelmente menos brilhante, menos luminosa... E está exactamente por cima das pequenas, o que torna o contraste ainda maior.
Conclusão: o responsável pela imagem do banco não deve morar no meu prédio, ou se mora tem cortinas. Em alternativa, sou eu que sou "picuinhas".
quarta-feira, 25 de março de 2009
Problema de identidade
Como já aqui tive oportunidade de partilhar, as minhas fotografias em documentos de identificação suscitam as mais variadas reacções. A de hoje foi completamente inesperada...
No aeroporto de Kotoka, em Accra, num dos controlos de passaporte e após olhar atentamente para o documento e para mim, o senhor saiu-se com a seguinte observação: "parece uma senhora... muito gira!". Eu tomei aquilo como um elogio e agradeci.
Nem 5 minutos depois, já depois de passar o controlo de imigração e de metais, dirigiu-se a mim outro senhor para me cumprimentar e disse-me que parecia um jogador de futebol... Ai não percebi se era elogio ou um mero apontamento, pelo que me limitei a retribuir simpaticamente o gesto.
Parecer uma senhora e um jogador de futebol em tão curto espaço de tempo num aeroporto do Gana, não deve ser muito comum. E ainda que possa criar alguns problemas de identidade, é seguramente inesquecível!
No aeroporto de Kotoka, em Accra, num dos controlos de passaporte e após olhar atentamente para o documento e para mim, o senhor saiu-se com a seguinte observação: "parece uma senhora... muito gira!". Eu tomei aquilo como um elogio e agradeci.
Nem 5 minutos depois, já depois de passar o controlo de imigração e de metais, dirigiu-se a mim outro senhor para me cumprimentar e disse-me que parecia um jogador de futebol... Ai não percebi se era elogio ou um mero apontamento, pelo que me limitei a retribuir simpaticamente o gesto.
Parecer uma senhora e um jogador de futebol em tão curto espaço de tempo num aeroporto do Gana, não deve ser muito comum. E ainda que possa criar alguns problemas de identidade, é seguramente inesquecível!
terça-feira, 24 de março de 2009
Accra
Amanhã deixo Accra, e levo comigo algumas impressões. E são positivas.
A cidade é organizada e limpa, as pessoas são muito afáveis e simpáticas, existem placas com indicações correctas, não há um polícia em cada esquina a pedir-nos os documentos e dinheiro. Os táxis são razoáveis e o parque automóvel é bastante bom. Tem um restaurante japonês fantástico e, claro, muitos indianos.
Não tive oportunidade de ir à praia, mas dizem-me que tem praias muito boas, limpas e bonitas. É certo que uma cidade não é uma fotografia completa dum país, mas tem de se começar por algum lado. E gosto de Accra, gostava de conhecer mais um pouco. Fica em agenda.
A cidade é organizada e limpa, as pessoas são muito afáveis e simpáticas, existem placas com indicações correctas, não há um polícia em cada esquina a pedir-nos os documentos e dinheiro. Os táxis são razoáveis e o parque automóvel é bastante bom. Tem um restaurante japonês fantástico e, claro, muitos indianos.
Não tive oportunidade de ir à praia, mas dizem-me que tem praias muito boas, limpas e bonitas. É certo que uma cidade não é uma fotografia completa dum país, mas tem de se começar por algum lado. E gosto de Accra, gostava de conhecer mais um pouco. Fica em agenda.
segunda-feira, 23 de março de 2009
"Pêlo"
Eu considero-me bastante tolerante, open minded e pouco impressionável. Mas há limites, e alguns deles têm sido testados.
Desde que estou em África já me tinha habituado a ver mulheres com mais pêlos nas pernas do que eu. E mesmo não sendo eu do mais "forrado" que se pode encontrar, não é nenhum elogio. Utilizo a palavra "habituado" como expressão de frequência...
O próximo passo foi dar o devido desconto às que mantém as axilas adornadas. Tarefa difícil, condenada ao fracasso, mas é work in progress rumo à tolerância (assumindo a distância correcta).
Agora, pêlo no peito já é demais! Lamento partilhar assim e com esta violência um dos meus limites, mas não consegui conter-me. "Pêlo" menos era simpática...
Desde que estou em África já me tinha habituado a ver mulheres com mais pêlos nas pernas do que eu. E mesmo não sendo eu do mais "forrado" que se pode encontrar, não é nenhum elogio. Utilizo a palavra "habituado" como expressão de frequência...
O próximo passo foi dar o devido desconto às que mantém as axilas adornadas. Tarefa difícil, condenada ao fracasso, mas é work in progress rumo à tolerância (assumindo a distância correcta).
Agora, pêlo no peito já é demais! Lamento partilhar assim e com esta violência um dos meus limites, mas não consegui conter-me. "Pêlo" menos era simpática...
domingo, 22 de março de 2009
Trilogia
Confusão, impressão e asco: é algures nesta trilogia que me encontro sempre que vejo homens brancos adultos, normalmente acima dos 40 anos, com miúdas negras, frequentemente abaixo dos 20... para ser optimista.
Este é um cenário comum nos hóteis africanos, mesmo quando são hóteis razoáveis ou bons. É um mercado que tem muita oferta, e infelizmente, bastante procura.
As raparigas, numa tentativa de melhorar as suas condições de vida, deixam de lado aquilo que seria uma vida normal, e sujeitam-se a fazer dos homens com alguns meios e vontade, o que eles quiserem. Se for um pouco de conversa, como estou a ver neste momento, seja. Se forem contactos mais indiscretos dentro da piscina, como vi hoje de tarde, seja também. E é fácil de perceber a continuação...
Chego a sentir pena, não sei se mais delas ou deles. Por razões obviamente distintas, ambas as posições me parecem desagradáveis e degradantes (ou degradadas). Mas ambas existem, e é esse o problema.
Este é um cenário comum nos hóteis africanos, mesmo quando são hóteis razoáveis ou bons. É um mercado que tem muita oferta, e infelizmente, bastante procura.
As raparigas, numa tentativa de melhorar as suas condições de vida, deixam de lado aquilo que seria uma vida normal, e sujeitam-se a fazer dos homens com alguns meios e vontade, o que eles quiserem. Se for um pouco de conversa, como estou a ver neste momento, seja. Se forem contactos mais indiscretos dentro da piscina, como vi hoje de tarde, seja também. E é fácil de perceber a continuação...
Chego a sentir pena, não sei se mais delas ou deles. Por razões obviamente distintas, ambas as posições me parecem desagradáveis e degradantes (ou degradadas). Mas ambas existem, e é esse o problema.
sábado, 21 de março de 2009
Torneiras
Estou num hotel em Accra, que tem uma particularidade muito engraçada: das duas torneiras, de água quente e fria, só sai água quente. Primeiro pensei que tivessem trocado as cores, mas agora estou convencido que é padrão.
Não deixa de ser estranho, porque normalmente é a água quente que falta. Mas assim sempre vou tendo sobre o que escrever.
Não deixa de ser estranho, porque normalmente é a água quente que falta. Mas assim sempre vou tendo sobre o que escrever.
sexta-feira, 20 de março de 2009
Malas
Fazer malas não é o meu desporto preferido, e é algo que adio até ao último momento. Claro que depois acabo por esquecer alguma coisa, mas raramente é grave...
Raramente, porque por vezes a coisa complica-se, como da última que estive em Portugal e esqueci-me de levar o boletim de vacinas internacional. Agora tenho dois, e espero ficar por aqui.
Uma vantagem de ser obrigado a fazer a mala frequentemente é afinar o sentido de necessidade. E como viajo quase sempre apenas com bagagem de cabine, mais ainda.
Sendo assim, cá vou escolher "o" par de calças, "o" par de sapatos e "o" estritamente necessário.
Raramente, porque por vezes a coisa complica-se, como da última que estive em Portugal e esqueci-me de levar o boletim de vacinas internacional. Agora tenho dois, e espero ficar por aqui.
Uma vantagem de ser obrigado a fazer a mala frequentemente é afinar o sentido de necessidade. E como viajo quase sempre apenas com bagagem de cabine, mais ainda.
Sendo assim, cá vou escolher "o" par de calças, "o" par de sapatos e "o" estritamente necessário.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Voto
Dia 7 de Junho: data das eleições europeias em Portugal. Data em que, pela primeira vez, não vou exercer o meu direito de voto.
Eu sou dos que se recenseou mal teve idade para votar. E sou dos que votou desde a mesma idade, pelo que me custa um bocado não conseguir manter o padrão. Mas dada a minha actual situação/localização, e dado que certamente estarei algures em África no dia 7 de Junho, não tenho senão me conformar com esta realidade. E espero que só custe a primeira, porque este ano há mais.
Eu sou dos que se recenseou mal teve idade para votar. E sou dos que votou desde a mesma idade, pelo que me custa um bocado não conseguir manter o padrão. Mas dada a minha actual situação/localização, e dado que certamente estarei algures em África no dia 7 de Junho, não tenho senão me conformar com esta realidade. E espero que só custe a primeira, porque este ano há mais.
quarta-feira, 18 de março de 2009
Conselho
Um amigo e colega meu está com malária. Por acaso está neste momento num país onde é uma doença endémica, mas podia estar em Portugal porque foi uma forma de malária que ficou latente duma anterior viagem há uns meses e se revelou agora.
Por um lado, não é a situação mais confortável estar doente e a ser tratado num país em vias de desenvolvimento. Além dos cuidados nem sempre serem os melhores, também faltam os mimos que todos gostamos quando estamos mais debilitados. Por outro, é bom que tenha surgido estando ele num local onde o diagnóstico é rápido porque estão habituados, e as moléculas mais avançadas para o combate ao paludismo estão disponíveis em todas as farmácias.
Em jeito de conselho, e se me permitem, caso viajem para um país onde a malária é frequente, comprem um anti-palúdico e levem para casa. Hoje em dia, são de toma simples e muito eficazes. Não custa muito e pode poupar algumas dores de cabeça.
Por um lado, não é a situação mais confortável estar doente e a ser tratado num país em vias de desenvolvimento. Além dos cuidados nem sempre serem os melhores, também faltam os mimos que todos gostamos quando estamos mais debilitados. Por outro, é bom que tenha surgido estando ele num local onde o diagnóstico é rápido porque estão habituados, e as moléculas mais avançadas para o combate ao paludismo estão disponíveis em todas as farmácias.
Em jeito de conselho, e se me permitem, caso viajem para um país onde a malária é frequente, comprem um anti-palúdico e levem para casa. Hoje em dia, são de toma simples e muito eficazes. Não custa muito e pode poupar algumas dores de cabeça.
terça-feira, 17 de março de 2009
Promoção a seco...
Tinteiros para impressoras são coisa comum, e que podendo estar esgotado numa determinada loja, acabamos por encontrar noutra. Mas depende de onde vivemos...
Aqui, os cartuchos 74 da HP estão esgotados em toda a cidade. Aliás, não estão esgotados: a encomenda ainda não foi libertada da alfândega e por isso, não existem no mercado.
O problema é que as lojas lançaram uma impressora fazendo uma promoção bastante agradável. Eu fui um dos que a comprou, mas também sou um dos que agora a tem parada há uma semana... Porque como todos sabem, as impressoras trazem de série tinteiros parcialmente cheios, que se esgotaram rapidamente.
Poderão pensar que este caso é um detalhe, mas o seu impacto não é desprezável. Já imaginaram fazerem uma promoção da francesinha e deixarem acabar a cerveja?!?
Aqui, os cartuchos 74 da HP estão esgotados em toda a cidade. Aliás, não estão esgotados: a encomenda ainda não foi libertada da alfândega e por isso, não existem no mercado.
O problema é que as lojas lançaram uma impressora fazendo uma promoção bastante agradável. Eu fui um dos que a comprou, mas também sou um dos que agora a tem parada há uma semana... Porque como todos sabem, as impressoras trazem de série tinteiros parcialmente cheios, que se esgotaram rapidamente.
Poderão pensar que este caso é um detalhe, mas o seu impacto não é desprezável. Já imaginaram fazerem uma promoção da francesinha e deixarem acabar a cerveja?!?
Descalço
Adoro andar descalço! Aproveitando que o chão do apartamento está sempre a uma temperatura agradável, é assim que ando muitas vezes em casa.
Na realidade, e descontanto o facto que os pés ficam um pouco menos limpos, andar descalço é realmente um prazer. Por ser uma zona do corpo que normalmente não contacta senão com palmilhas de calçado, acabamos por sentir o mundo duma outra perspectiva quando dispensamos essa peça de indumentária. E cá vou eu deitar-me. Descalço, na cama e no percurso.
Na realidade, e descontanto o facto que os pés ficam um pouco menos limpos, andar descalço é realmente um prazer. Por ser uma zona do corpo que normalmente não contacta senão com palmilhas de calçado, acabamos por sentir o mundo duma outra perspectiva quando dispensamos essa peça de indumentária. E cá vou eu deitar-me. Descalço, na cama e no percurso.
domingo, 15 de março de 2009
Regresso
A saudade aos domingos é diferente da dos outros dias. Em parte, porque em dias mais tranquilos acabamos por viajar no tempo e no espaço, sem o atropelo do trabalho: neste sentido, estar longe tem servido como multiplicador de experiências, porque as recordo e revivo. Mas há também uma responsabilidade muito concreta para este sentimento, e pertence ao futebol.
Na realidade, mais do que ao futebol, pertence ao ritual que existia nos meus domingos devido a ele. Antes do jogo: acordar a uma hora decente, preparar o equipamento, almoçar a uma hora determinada e com menú definido, dirigir-me para a concentração. Esta parte, a ser feita sem pressas, era agradável, porque servia um objectivo e era a introdução para algo que me dá prazer fazer. Jogo: a palestra, a massagem, equipar, aquecer, sentir aquela ansiedade para que o jogo comece, sentir a adrenalina da competição. Tudo isto já bem mais concentrado no que iria fazer a seguir. Depois, entrega total ao jogo, espírito de missão e de grupo, alguma dor algumas vezes, cansaço, um banho de água (nem sempre) quente. Após o jogo: sentir nas pernas o turpor do cansaço, caminhar devagar, petiscar com os colegas e amigos, voltar a casa contra o pôr do sol a ouvir na rádio os resultados dos outros jogos, encontrar quem gostamos a seguir e que nos tolera este vício.
É verdade que tive momentos em que as rotinas do futebol me incomodaram. Todos os jogos da Liga dos Campeões que não pude ver, todos os encontros e jantares de amigos a que não pude ir, toda a preguiça que não pude satisfazer, eram momentos desses. Mas os domingos como os descrevi, sobretudo se em dia de sol e com uma vitória, compensavam tudo! E sinto falta. E tenho saudades. Tantas que já penso que no regresso a Portugal, permitam-me os joelhos e haja quem me aceite, ainda hei-de voltar!
Na realidade, mais do que ao futebol, pertence ao ritual que existia nos meus domingos devido a ele. Antes do jogo: acordar a uma hora decente, preparar o equipamento, almoçar a uma hora determinada e com menú definido, dirigir-me para a concentração. Esta parte, a ser feita sem pressas, era agradável, porque servia um objectivo e era a introdução para algo que me dá prazer fazer. Jogo: a palestra, a massagem, equipar, aquecer, sentir aquela ansiedade para que o jogo comece, sentir a adrenalina da competição. Tudo isto já bem mais concentrado no que iria fazer a seguir. Depois, entrega total ao jogo, espírito de missão e de grupo, alguma dor algumas vezes, cansaço, um banho de água (nem sempre) quente. Após o jogo: sentir nas pernas o turpor do cansaço, caminhar devagar, petiscar com os colegas e amigos, voltar a casa contra o pôr do sol a ouvir na rádio os resultados dos outros jogos, encontrar quem gostamos a seguir e que nos tolera este vício.
É verdade que tive momentos em que as rotinas do futebol me incomodaram. Todos os jogos da Liga dos Campeões que não pude ver, todos os encontros e jantares de amigos a que não pude ir, toda a preguiça que não pude satisfazer, eram momentos desses. Mas os domingos como os descrevi, sobretudo se em dia de sol e com uma vitória, compensavam tudo! E sinto falta. E tenho saudades. Tantas que já penso que no regresso a Portugal, permitam-me os joelhos e haja quem me aceite, ainda hei-de voltar!
Descanso
Após a crónica anterior, é hoje inevitável fazer um pequeno resumo do que foi o casamento.
No geral, correu bem, mas foi o primeiro casamento onde as pessoas mais nervosas e stressadas não eram os noivos: neste caso, eram os amigos do noivo, o tal grupo que organizou o casamento todo em 2 dias...
O mais importante é que casaram, e o essencial estava lá. Claro que poucos sabem que as mesas só foram arranjadas hoje, assim como o sistema de som. E que um dos organizadores teve de meter literalmente as mãos na massa, porque ainda foi ele que ajudou a fazer o bolo. Bolo que depois ficou fechado numa sala, e quase não saía porque a guardiã da chave tinha ido embora...
Mas estão casados! Curiosamente, após o casamento, fomos a um bar na companhia dos noivos (!!), o que justifica ter chegado a estas horas. Ainda bem que amanhã é domingo... para mim e sobretudo para os organizadores, que bem merecem um descanso.
No geral, correu bem, mas foi o primeiro casamento onde as pessoas mais nervosas e stressadas não eram os noivos: neste caso, eram os amigos do noivo, o tal grupo que organizou o casamento todo em 2 dias...
O mais importante é que casaram, e o essencial estava lá. Claro que poucos sabem que as mesas só foram arranjadas hoje, assim como o sistema de som. E que um dos organizadores teve de meter literalmente as mãos na massa, porque ainda foi ele que ajudou a fazer o bolo. Bolo que depois ficou fechado numa sala, e quase não saía porque a guardiã da chave tinha ido embora...
Mas estão casados! Curiosamente, após o casamento, fomos a um bar na companhia dos noivos (!!), o que justifica ter chegado a estas horas. Ainda bem que amanhã é domingo... para mim e sobretudo para os organizadores, que bem merecem um descanso.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Organização
Permitam-me começar nova crónica pelo tema do casamento ao qual vou amanhã, mas não resisto. Além disso, e como poderão reparar já de seguida, rapidamente irei divergir da cerimónia propriamente dita.
A organização dum evento deste tipo obriga a considerar muitos aspectos, de dimensões várias, e em que na sua generalidade eu classifico numa categoria: dor de cabeça. E maior será essa dor de cabeça se se deixar a referida organização para a última semana, que foi o que aconteceu.
No fundo e finalmente, estou convencido que as coisas vão correr bem, à custa dum grande grupo de amigos que se disponibilizou para tudo preparar em tempo recorde. Também sei que, perante a satisfação do resultado, a ideia e a expressão convictamente utilizada será "graças a Deus!". Pois eu acho que, neste caso, deus assumiu a forma de 19 pessoas, uma quantidade enorme de contactos e conhecimentos e muitas horas de trabalho! Mas como devo ser o único a desconfiar disto, não vou dizer nada...
A organização dum evento deste tipo obriga a considerar muitos aspectos, de dimensões várias, e em que na sua generalidade eu classifico numa categoria: dor de cabeça. E maior será essa dor de cabeça se se deixar a referida organização para a última semana, que foi o que aconteceu.
No fundo e finalmente, estou convencido que as coisas vão correr bem, à custa dum grande grupo de amigos que se disponibilizou para tudo preparar em tempo recorde. Também sei que, perante a satisfação do resultado, a ideia e a expressão convictamente utilizada será "graças a Deus!". Pois eu acho que, neste caso, deus assumiu a forma de 19 pessoas, uma quantidade enorme de contactos e conhecimentos e muitas horas de trabalho! Mas como devo ser o único a desconfiar disto, não vou dizer nada...
quinta-feira, 12 de março de 2009
Casamento
À minha frente, tenho um convite de casamento, que consiste numa cartolina com um laço, em tons de verde e rosa como aqueles saquinhos de amêndoas de Páscoa.
Com a devida cerimónia, em que os pais convidam para o casamento dos filhos (que confusão isto me faz!), há algumas mensagens mais subtis mas que me chamam a atenção, sobretudo nas "falas" escolhidas para representar o noivo e a noiva. Diz o noivo que "uma mulher de valor vale mais do que pérolas, e o coração de seu marido confia nela, não lhe faltando o benefício". Por sua vez, a noiva diz "que encontrou o que o seu coração ama, vou manter-me com ele e não o deixarei mais".
É de mim ou mesmo antes de casar já há aqui um desequilíbrio? Mas que sejam felizes para sempre, é o que lhes desejo.
Com a devida cerimónia, em que os pais convidam para o casamento dos filhos (que confusão isto me faz!), há algumas mensagens mais subtis mas que me chamam a atenção, sobretudo nas "falas" escolhidas para representar o noivo e a noiva. Diz o noivo que "uma mulher de valor vale mais do que pérolas, e o coração de seu marido confia nela, não lhe faltando o benefício". Por sua vez, a noiva diz "que encontrou o que o seu coração ama, vou manter-me com ele e não o deixarei mais".
É de mim ou mesmo antes de casar já há aqui um desequilíbrio? Mas que sejam felizes para sempre, é o que lhes desejo.
quarta-feira, 11 de março de 2009
Fotografias
Aquela fase em que todos ficamos bem nas fotografias (a acreditar no que nos dizem), já passei. Nos últimos anos, e sobretudo em fotografias de passe, tenho ficado entre o "ar simpático mas não muito cuidado" e o "quase mau aspecto". Há quem exagere e não aguente algum tipo de interjeição quando vê uma ou outra fotografia. E já tive um episódio numa alfândega em que me disseram "xi, este dia correu mal!".
Isto tudo sem terem visto as fotografias que tenho tirado em Abidjan. Lembram-se quando as fotografias à la minute eram vistas como último recurso, de tão mal que ficavam? Pois façam o esforço, multipliquem pela tempo que já passou desde essa altura e ficam com uma ideia. Se há fotografias que roubam a alma, devem ser estas!
Isto tudo sem terem visto as fotografias que tenho tirado em Abidjan. Lembram-se quando as fotografias à la minute eram vistas como último recurso, de tão mal que ficavam? Pois façam o esforço, multipliquem pela tempo que já passou desde essa altura e ficam com uma ideia. Se há fotografias que roubam a alma, devem ser estas!
terça-feira, 10 de março de 2009
Claustrofobia
Mais uma história com os elevadores: como podem ver, são locais bem mais interessantes do que por vezes julgamos!
Hoje ao vir para casa tive a companhia duma senhora cujo caminho era mais longo do que o meu, já que o destino era o 17º (e último) andar do prédio. Entre o rés-do-chão e o 14º, achei-a extremamente antipática, mas foi então que tudo se desvendou.
É que na minha paragem, a porta recusou-se a abrir. Tentou várias vezes, fazendo alguns barulhos esquisitos e abanando ligeiramente o elevador... e instalou-se o pânico na senhora! A cada abano, a cada ruído, a cada movimento, ela dava pulos, contorcia-se, misturava francês com inglês, insultava o aparelho.
Já fora do elevador (saímos no 15º e seguimos pelas escadas), revelou-se bem mais simpática e revelou-me ser claustrofóbica. O que não é uma boa característica, quando se mora no último andar deste prédio e cujos elevadores gostam de pregar umas partidas.
Hoje ao vir para casa tive a companhia duma senhora cujo caminho era mais longo do que o meu, já que o destino era o 17º (e último) andar do prédio. Entre o rés-do-chão e o 14º, achei-a extremamente antipática, mas foi então que tudo se desvendou.
É que na minha paragem, a porta recusou-se a abrir. Tentou várias vezes, fazendo alguns barulhos esquisitos e abanando ligeiramente o elevador... e instalou-se o pânico na senhora! A cada abano, a cada ruído, a cada movimento, ela dava pulos, contorcia-se, misturava francês com inglês, insultava o aparelho.
Já fora do elevador (saímos no 15º e seguimos pelas escadas), revelou-se bem mais simpática e revelou-me ser claustrofóbica. O que não é uma boa característica, quando se mora no último andar deste prédio e cujos elevadores gostam de pregar umas partidas.
segunda-feira, 9 de março de 2009
Crise
Aqui à distância, há duas coisas que mais me têm afectado (positiva ou negativamente) em relação a amigos: casamentos e desemprego. E quando se misturam os dois, ainda pior...
Eu estou naquela idade em que os casamentos começam a aparecer, assim como os bébés. Apesar de eu não ser o mais sentimentalista do mundo, estes episódios acabam por contribuir para alguma saudade, porque são momentos nos quais gostaria de estar presente. Assim, acompanho à distância, e mato saudades quando vou a Portugal. Esta é a parte positiva.
A parte negativa tem sido de amigos que ficam sem emprego. Os motivos são vários, mas o resultado é idêntico: ansiedade, tristeza, dificuldades para encarar o futuro... É a crise na sua escala mais fina, mais atomizada. E se neste caso não sinto propriamente saudades, gostaria de estar presente para ajudar no que fosse possível, para pensar em conjunto, para dar um bocado de ânimo. Mais uma vez, acompanho à distância.
Pior é quando se juntam as duas coisas: casamentos (e eventualmente filhos) com desemprego, independentemente da ordem, mas num curto espaço de tempo. Pela terceira vez, acompanho à distância mas não é por isso que me custa menos. No entanto, como não há problema sem solução (ainda que com esforço), ela há-de surgir. E aí a distância voltará a ser mais fácil de suportar.
Eu estou naquela idade em que os casamentos começam a aparecer, assim como os bébés. Apesar de eu não ser o mais sentimentalista do mundo, estes episódios acabam por contribuir para alguma saudade, porque são momentos nos quais gostaria de estar presente. Assim, acompanho à distância, e mato saudades quando vou a Portugal. Esta é a parte positiva.
A parte negativa tem sido de amigos que ficam sem emprego. Os motivos são vários, mas o resultado é idêntico: ansiedade, tristeza, dificuldades para encarar o futuro... É a crise na sua escala mais fina, mais atomizada. E se neste caso não sinto propriamente saudades, gostaria de estar presente para ajudar no que fosse possível, para pensar em conjunto, para dar um bocado de ânimo. Mais uma vez, acompanho à distância.
Pior é quando se juntam as duas coisas: casamentos (e eventualmente filhos) com desemprego, independentemente da ordem, mas num curto espaço de tempo. Pela terceira vez, acompanho à distância mas não é por isso que me custa menos. No entanto, como não há problema sem solução (ainda que com esforço), ela há-de surgir. E aí a distância voltará a ser mais fácil de suportar.
domingo, 8 de março de 2009
Vitória
Hoje a sessão de ténis foi anulada, mas teria sido uma boa oportunidade para ganhar ao professor.
Na realidade, hoje de manhã choveu, mas parou pela hora do almoço. Como ninguém me avisou, à hora marcada dirigi-me ao terreno de jogo, onde fui informado que por causa da chuva, e estando os courts molhados, não havia aula. Liguei ao professor, que apareceu uns minutos depois, a cambalear e com um indisfarçavel cheiro a álcool!
O que mais me chateou não foi a bebedeira do homem, que não é da minha conta, mas o facto de não me ter ligado a avisar. E acho que ele o percebeu bem, apesar das suas capacidades cognitivas estarem muito reduzidas.
E assim, entre desculpas e promessas de que me liga para a próxima, lá vim embora sem jogar. Mas aposto que hoje a vitória seria minha!
Na realidade, hoje de manhã choveu, mas parou pela hora do almoço. Como ninguém me avisou, à hora marcada dirigi-me ao terreno de jogo, onde fui informado que por causa da chuva, e estando os courts molhados, não havia aula. Liguei ao professor, que apareceu uns minutos depois, a cambalear e com um indisfarçavel cheiro a álcool!
O que mais me chateou não foi a bebedeira do homem, que não é da minha conta, mas o facto de não me ter ligado a avisar. E acho que ele o percebeu bem, apesar das suas capacidades cognitivas estarem muito reduzidas.
E assim, entre desculpas e promessas de que me liga para a próxima, lá vim embora sem jogar. Mas aposto que hoje a vitória seria minha!
Enterrement de célibat
Esta noite fui a uma despedida de solteiro (que aqui se chama enterrement de célibat). Das duas coisas que são comuns a tantas delas, cenas de pancadaria e bares manhosos, a primeira não se verificou. Mas o bar, no caso chamado "L'As de Coeur", marcou presença.
Assim, lá estive num local com muito pouca luz, cantos e recantos com sofás de costas altas, e muitas raparigas dispostas a muitas coisas... As tácticas de sedução e negócio foram várias, umas mais agressivas, outras menos, o que obrigou a um dégradé de "nãos" em conformidade. Mas elas eram muitas, e insistentes, pelo que vir embora foi um alívio.
Assim, lá estive num local com muito pouca luz, cantos e recantos com sofás de costas altas, e muitas raparigas dispostas a muitas coisas... As tácticas de sedução e negócio foram várias, umas mais agressivas, outras menos, o que obrigou a um dégradé de "nãos" em conformidade. Mas elas eram muitas, e insistentes, pelo que vir embora foi um alívio.
sábado, 7 de março de 2009
Electricidade
Ultimamente, os cortes de corrente têm sido constantes em Abidjan. Não sei qual a razão, mas a verdade é que frequentemente ficamos sem electricidade.
Pode não parecer nada de extraordinário, para quem está habituado a tê-los pontualmente. Mas quando se tornam frequentes, há um série de consequências em que normalmente nem pensamos. Os frigoríficos que perdem eficácia; a internet que deixa de funcionar; os aparelhos de ar condicionado que avariam; as impressões que se querem fazer e não podemos...
É nestas coisas que se sentem grandes diferenças em relação ao "nosso" quotidiano. É nestas alturas que percebemos o quão dependentes estamos de alguns bens essenciais. E é nestas alturas que percebemos que a vida não é igual para todos...
Pode não parecer nada de extraordinário, para quem está habituado a tê-los pontualmente. Mas quando se tornam frequentes, há um série de consequências em que normalmente nem pensamos. Os frigoríficos que perdem eficácia; a internet que deixa de funcionar; os aparelhos de ar condicionado que avariam; as impressões que se querem fazer e não podemos...
É nestas coisas que se sentem grandes diferenças em relação ao "nosso" quotidiano. É nestas alturas que percebemos o quão dependentes estamos de alguns bens essenciais. E é nestas alturas que percebemos que a vida não é igual para todos...
quinta-feira, 5 de março de 2009
Ecossistema
Hoje conheci um novo vizinho cá do prédio. Mora na garagem, tem quatro patas e uma cauda comprida e fina. Não sei se come queijo.
Na realidade, não é a primeira vez que nos encontramos, mas ao fim de algumas concluo que é morador e não visitante. É uma ratazana tão grande que ao correr, parece um esquilo. Presumo que não passe fome, dado o aspecto, o que nem deve ser difícil por aqui.
Felizmente que eu não sou nem muito esquisito, nem muito impressionável, porque este prédio é um verdadeiro ecossistema.
Na realidade, não é a primeira vez que nos encontramos, mas ao fim de algumas concluo que é morador e não visitante. É uma ratazana tão grande que ao correr, parece um esquilo. Presumo que não passe fome, dado o aspecto, o que nem deve ser difícil por aqui.
Felizmente que eu não sou nem muito esquisito, nem muito impressionável, porque este prédio é um verdadeiro ecossistema.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Elevadores
A minha confiança nos elevadores aqui do prédio aumentou recentemente. Na realidade, a sua grande utilização e avarias frequentes não me deixavam muito confortável, ainda para mais morando num 14º andar. Por outro lado, a ideia de ficar sem elevadores também não era grande coisa: subir ou descer pelas escadas não ia ser fácil.
Mas agora parece que estão melhores. De facto, recebi uma carta em casa com o relatório da empresa de manutenção. E é um relatório simples mas com o tipo de intervenção que foi feita e algumas observações importantes. Eu até aqui pensava que eram os "desenrascados" dos serviços de manutenção do prédio a arranjá-los. Agora estou bem mais descansado!
Mas agora parece que estão melhores. De facto, recebi uma carta em casa com o relatório da empresa de manutenção. E é um relatório simples mas com o tipo de intervenção que foi feita e algumas observações importantes. Eu até aqui pensava que eram os "desenrascados" dos serviços de manutenção do prédio a arranjá-los. Agora estou bem mais descansado!
terça-feira, 3 de março de 2009
Rede saturada
Telefonar (d)aqui está mais difícil, agora. As razões, ninguém me explicou, mas acho que a rede está sobrecarregada.
Os costa marfinenses são um pouco como os portugueses em relação a tecnologia e aparelhos tecnológicos: quantos mais, melhor. Os telemóveis são alvos fáceis, e por isso quase todas as pessoas têm pelo menos um.
Desde o início de 2009 que existe mais uma operadora de comunicações móveis, a Green. Se não me engano, são agora 5 no total, com disputas acesas ao nível de preços, oferta de minutos, promoções de entrada. Num mercado predisposto a este tipo de campanhas, isto significa criar um mercado (ainda que depois não se mantenha na totalidade), porque muitas pessoas vão telefonar muito, mesmo que não precisem.
Para quem precisa, tem de aguentar uma rede saturada, telefonemas que caem de 2 em 2 minutos (sem exagero!) e dias em que não se consegue ligação para alguns países. Haja paciência!
Os costa marfinenses são um pouco como os portugueses em relação a tecnologia e aparelhos tecnológicos: quantos mais, melhor. Os telemóveis são alvos fáceis, e por isso quase todas as pessoas têm pelo menos um.
Desde o início de 2009 que existe mais uma operadora de comunicações móveis, a Green. Se não me engano, são agora 5 no total, com disputas acesas ao nível de preços, oferta de minutos, promoções de entrada. Num mercado predisposto a este tipo de campanhas, isto significa criar um mercado (ainda que depois não se mantenha na totalidade), porque muitas pessoas vão telefonar muito, mesmo que não precisem.
Para quem precisa, tem de aguentar uma rede saturada, telefonemas que caem de 2 em 2 minutos (sem exagero!) e dias em que não se consegue ligação para alguns países. Haja paciência!
segunda-feira, 2 de março de 2009
Crianças
Ontem de tarde fui jogar ténis, mas estava guardado para o fim o momento mais marcante do dia.
Após o jogo, que me deixou realmente cansado, fui para a relva fazer os alongamentos do costume. E como habitualmente, descalço-me. Perante a imagem dos pés ligados, um grupo de três miúdos libaneses (a nacionalidade não é importante, mas é a realidade) interrompeu a sua brincadeira com a bola de futebol para me fazerem duas perguntas. À primeira "o senhor magoou-se?", respondi que tinha feito uma entorse. A segunda "Podemos ver?" surpreendeu-me um bocado, e percebi que eles queriam ver sangue. Por isso mesmo os informei que sangue não tinha para exposição, e rapidamente se desinteressaram. De uma forma algo insolente até, disseram que então estavam ocupados a jogar futebol, como se eu lhes tivesse perguntado alguma coisa!
As crianças podem ser a melhor coisa do mundo, mas às vezes não parece.
Após o jogo, que me deixou realmente cansado, fui para a relva fazer os alongamentos do costume. E como habitualmente, descalço-me. Perante a imagem dos pés ligados, um grupo de três miúdos libaneses (a nacionalidade não é importante, mas é a realidade) interrompeu a sua brincadeira com a bola de futebol para me fazerem duas perguntas. À primeira "o senhor magoou-se?", respondi que tinha feito uma entorse. A segunda "Podemos ver?" surpreendeu-me um bocado, e percebi que eles queriam ver sangue. Por isso mesmo os informei que sangue não tinha para exposição, e rapidamente se desinteressaram. De uma forma algo insolente até, disseram que então estavam ocupados a jogar futebol, como se eu lhes tivesse perguntado alguma coisa!
As crianças podem ser a melhor coisa do mundo, mas às vezes não parece.
domingo, 1 de março de 2009
Boite
Aqui, a segmentação dos bares não existe propriamente. Em qualquer um que se entre, há sempre muita oferta para além das bebidas: as mulheres "go", que como o próprio nome indica, vão...
Para muitos não será novidade, mas aqui fica a confirmação. Mais ou menos discretas (normalmente, menos), mais ou menos provocadoras, ali estão à espera de ganhar a noite. Não é algo que me incomode, mas acaba por dar a todos os bares um ambiente bastante hormonal, reduzindo as opções porque acaba por ser tudo idêntico. Deve ser por isso que aqui a designação boite é bem mais generalizada do que em Portugal.
Para muitos não será novidade, mas aqui fica a confirmação. Mais ou menos discretas (normalmente, menos), mais ou menos provocadoras, ali estão à espera de ganhar a noite. Não é algo que me incomode, mas acaba por dar a todos os bares um ambiente bastante hormonal, reduzindo as opções porque acaba por ser tudo idêntico. Deve ser por isso que aqui a designação boite é bem mais generalizada do que em Portugal.
Aniversário
Este sábado foi dia de aniversário. Foi um dia simples, que acabou numa discoteca simpática com um grupo de amigos. Correu bem, e cheguei agora.
Agora vou dormir, acompanhado do ruído da climatização, porque daqui a pouco o sol levanta-se e fica demasiado calor. Para compensar e disfarçar um pouco, vou mimar-me com música clássica para adormecer. Boa noite.
Agora vou dormir, acompanhado do ruído da climatização, porque daqui a pouco o sol levanta-se e fica demasiado calor. Para compensar e disfarçar um pouco, vou mimar-me com música clássica para adormecer. Boa noite.
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