Numa noite, parado duas vezes pela polícia. Não é recorde: numa outra foram quatro. Mas o interessante das paragens de hoje foi a diversidade, a oposição diametral das abordagens e atitudes. Numa, um controlo perfeitamente normal aos documentos do carro e do condutor. Na outra, uma declarada e descarada tentativa de extorsão. Quando o condutor ia tirar os documentos do porta-luvas, o polícia (que exagero de palavra!) literalmente meteu a mão dentro do habitáculo, fechou ele próprio o porta-luvas e disse "deixe estar que eu sei que está tudo em ordem". E passou então a uma discussão que não tem argumento, porque o princípio, meio e fim estão à vista.
No meio disto tudo, eu mantive-me impávido e sereno, como se não fosse nada comigo. Quando ele finalmente percebeu que do condutor nada levava, virou-se para mim. E foi então que o diálogo se tornou interessante: ele a dizer que precisava de algum para o café da manhã; eu a olhar para ele a sorrir, como quem não percebe francês. Mas para não o deixar sem resposta, comecei a repetir "Portugal, Figo", ao que ele respondia "matin, café". Após uma série de repetições que já me faziam sentir papagaio, ele afastou-se. Percebeu que estava a gastar o seu tempo, e lá foi pedir café ao próximo carro.
sábado, 6 de setembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário