domingo, 3 de agosto de 2008

Contraste

O domingo no Plateau (centro de Abidjan, onde habito) é de uma tranquilidade difícil de imaginar durante o rebuliço do resto da semana. Sendo uma zona de comércio e escritórios, é natural que assim aconteça, mas não deixa de ser um contraste surpreendente. As hiperactivas buzinas, os motores em mau estado, os engarrafamentos, os milhares de pessoas na rua, tudo desaparece. É uma cidade dentro da cidade, é uma cidade matrioshka. E à sua imagem, também eu tive um domingo tranquilo, passado em casa, numa tentativa (ou será já um resultado?) de me adaptar ao ritmo hebdomadário da cidade.
Mais umas horas, e a vida volta ao Plateau. Quem será o primeiro a buzinar?

2 comentários:

Cândida disse...

Olá Hélder,
Deste lado está o registo de que lhe falava, afinal a sugestão pecou por tardia...
Desculpe a ironia, mas não posso deixar de o felicitar pela qualidade da "prosa", especialmente tratando-se de um biólogo, embora salvo pela conversão à gestão.
Nas suas palavras regista o que vê e o que intui, mas Abidjam está aqui muito bem retratada.
Os contrastes, as ironias, as irracionalidades, são África!
Vou lendo as suas crónicas e vou deixando as minhas impressões, partilhando consigo "A Rota do Círculo Máximo".
Beijos,
Cândida

Kukas disse...

E com toda a certeza a 2a feira trouxe de volta o movimento, o ruído, as pessoas, a cor. As cidades têm estas nuances que também a mim me fascinam. Esses ritmos orgânicos que nos fazem conhecer e amar as cidades como se de seres vivos se tratassem... um beijinho grande!