Hoje não escolhi tema para escrever. Antes, o tema apresentou-se, incontornável.
O dia 7 de Agosto é feriado nacional na Costa do Marfim, celebrando a Independência deste país da alçada francesa. Consta que os primeiros europeus a cá chegar foram os portugueses João de Santarém e Pedro Escobar, no século XV, tendo iniciado o comércio de escravos e de marfim. Mais tarde, juntaram-se holandeses, ingleses e franceses. Em finais do século XIX, a Costa do Marfim tornou-se uma colónia francesa, e assim haveria de permancer até 1960, altura em que se tornou independente. O seu primeiro presidente foi Félix Houphouët-Boigny, que se manteve no cargo até falecer, em 1993.
A celebração, legítima, deste dia faz-me pensar no valor da independência. Este país, pós-independência, teve uma época de prosperidade, o que também não seria difícil: com tanto potencial (reconhecido a uma grande parte dos países africanos), foi como abrir a comporta duma barragem e deixar fluir a água. Durante o "reinado" de Boigny, foram aparecendo os sinais de apodrecimento do poder: partido único, o culto da imagem do presidente e chamado pai da nação... E após a sua morte, a Costa do Marfim foi saltando entre episódios de instabilidade, manteve problemas sociais e políticos graves e foi entrando numa decadência da qual parece querer começar a sair.
Quantos anos serão precisos para que a celebração da independência possa ser plena? Quantos anos serão precisos para que uma independência cristalizada se desenvolva?
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
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