segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Prevenção

Prevenção: eis uma palavra que não se ouve muito por aqui. Mais do que isso, é também uma atitude subutilizada e que conduz a acontecimentos que podem ser, à vez ou simultaneamente, complicados, engraçados ou caricatos.
A fuga de água que ameaçava inundar-me o apartamento em caso de distracção maior, é um exemplo do que acabo de descrever. Hoje dirigi-me ao Departamento de Manutenção do prédio, que fica no 6º andar. E fiquei não só a saber que o problema era na canalização ao nível do 16º piso (eu estou no 14º), mas também que já era relativamente antigo e conhecido. Sendo assim, talvez outros apartamentos já estejam afectados, incluindo este, observei eu. Dito isto, o senhor dirigiu-se à casa de banho transformada em arrecadação, ao mesmo tempo que ia negando tal possibilidade, pelo que ficou genuinamente surpreendido quando viu as bolhas de água já a formar-se no tecto! Conclusão: resolveram o problema ainda durante a tarde.
Esta atitude-bombeiro reflecte-se em tudo, tenha maior ou menor importância. Reflecte-se na saúde assim como na falta de pilhas para o rádio. Planear e prevenir têm origem na equação de diferentes cenários, não nesta forma de vida imediata, instantânea, improvisada. E decerto reside também aqui a beleza e o fascínio de África, nesta volatilidade que tanto dá para levantar um motim do nada, como para o acabar no minuto seguinte. E não é muitas vezes essa a nossa vontade?

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