sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Trabalho infantil

Quando eu era mais novo, costumava trabalhar na fábrica dos meus pais durante as férias escolares. Trabalhar será uma força de expressão, mas na altura eu achava-me de certa forma útil nas funções que exercia. Nunca os meus pais foram acusados de recorrerem a trabalho infantil, mas actualmente talvez acontecesse...
Aqui vemos imensas crianças a trabalhar. E não a trabalhar por opção e para se sentirem importantes e grandes, como eu o fazia, mas sim por necessidade. Quando se sai à rua, há uma série de crianças cujo lugar (na nossa ideia) é nos bancos duma escola e ali estão, prontas para nos engraxar os sapatos por meia dúzia de tostões. Depois passamos em lojas de móveis e lá estão elas a pintar, a cortar, a pregar. E por aí fora.
Onde é a ponta desta meada? Como é que se melhoram as condições da população em geral para permitir que as crianças estudem, em vez de trabalhar? Num país em vias de desenvolvimento, em que cada mulher tem em média mais de 4,5 filhos, parece difícil. Num continente onde muitas das guerras são travadas por jovens e crianças, mais vale que estejam a trabalhar.
É preciso formação, é preciso educação. Mas a solução não se afigura simples, sobretudo porque a massa cinzenta está transformada em mão-de-obra.

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