Estava a ler o jornal local diário de maior tiragem, o "Fraternite Matin", quando li uma declaração do Ministro da Função Pública e do Emprego a dizer que pretende estabelecer o limite da idade para a reforma nos 57 anos até ao fim de 2008 e até aos 60 no final de 2011.
Evidentemente, esta notícia intrigou-me. No mesmo jornal, duas páginas adiante, fala duma associação que, pela formação em artes e música, recuperou um grupo de 10 jovens, entre os 13 e os 20 anos, que eram combatentes nas forças rebeldes. Quando foram recrutados, o mais novo tinha 8 anos...
Estamos a falar dum país em que a esperança média de vida à nascença se encontra abaixo dos 40 anos, em que as mulheres têm em média cerca de 4,5 filhos, em que a mortalidade infantil é de 7% e em que 41% da população tem menos de 14 anos de idade. Um país cujas guerras, à semelhança de tantos outros países africanos, são em grande parte travadas por crianças, e em que doenças degenerativas não têm muita expressão porque uma parte considerável das pessoas não vive o suficiente para as sofrer.
Assim, a extensão da idade da reforma para os 60 anos parece fazer parte duma outra realidade. Ou então talvez seja uma forma de evitar a falência desse sistema de apoio... Imaginem que Portugal estendia a idade da reforma para os 100 anos e digam-me se não era um problema que se resolvia.
domingo, 5 de outubro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário