O tabaski (nomenclatura da África de Oeste) é uma festa muçulmana, celebrada 70 dias após o final do Ramadão. É também chamada a Festa do Sacrifício, como desafortunadamente podem atestar os carneiros (ou então bodes, bois ou camelos) cujos proprietários tenham algumas posses. Não é uma prática que me agrade, mas a partir de hoje terei de a relativizar.
Aproximam-se as eleições na Costa do Marfim. E, por mais turbulência que possa existir - tornando-as um problema - não deixam de ser uma oportunidade. Para subir ao poder, para aceder ao estatuto, para alcançar a riqueza. São por isso momentos em que muitos usam todos os meios possíveis para lá chegar. E alguns que parecem impossíveis. Parecem...
Interligando os dois anteriores parágrafos, facilmente se conclui que há quem recorra a sacrifícios, procurando a ajuda divina, para abrir as portas do poder. Pode parecer bizarro, mas é quando se sabe que são sacrifícios humanos que se torna intolerável. E não, não estou a brincar.
Ontem desapareceram duma só vez 7 crianças da zona de Abobo, um bairro periférico de Abidjan. Hoje as escolas privadas acharam por bem manter as crianças em casa, junto da família, para tentar parar ou mitigar este tipo de acontecimentos. Vim a saber que sempre que existem eleições, aparecem corpos de pessoas estropiadas, degoladas, decapitadas, sem genitais ou sem o coração. Circulam emails a avisar, mas julgo que neste caso não têm como objectivo criar gigantescas bases de dados. Neste caso, alertam para uma realidade, ainda que difícil de crer.
Para mim, este tipo de rituais faziam parte dum imaginário, com ligação directa ao Indiana Jones ou, mais recentemente, ao Apocalypto. Tudo isso mudou hoje, para pior.
Esta é uma evidência muito forte da existência de universos paralelos. Simplesmente porque no mesmo não podem conviver internet, adesivo mais forte que as patas das osgas e sacrifícios humanos. É uma impossibilidade.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
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